Na sexta-feira
dia 28/03 às 6h30 da manhã na cidade de Guarulhos, Raimunda Cavalcante dos
Santos de 38 anos, tomava banho antes de ir trabalhar, quando foi atacada pelo
seu companheiro Geovânio Jorge Soares, 44 anos. Raimunda tomou 8 facadas e está
internada em estado grave no Hospital Carlos Chagas, já Geovânio após o
ocorrido cortou a tela de proteção da janela do apartamento e se jogou do 9º
andar. Raimunda já havia registrado um boletim de ocorrência contra o marido
por ter sofrido agressão física.
O caso de Raimunda não é isolado, em Guarulhos entre 2009 e 2012 ocorreram
21 mortes de mulheres por violência doméstica, 4.194 boletins de ocorrência
registrando lesões corporais, 3.857 registros de ameaças e 349 estupros. Isto
expõe inúmeros problemas de aplicabilidade que tem a Lei Maria da Penha, entre
eles a falta de estrutura de atendimento às vítimas, como delegacias
especializadas, centros de referência e casas
abrigo com pessoal capacitado. Soma-se a isso a falta de juizados e varas
especializadas com defensores públicos à disposição das vítimas e a demora do
julgamento dos casos de violência e aplicação em tempo hábil de medidas
protetivas que garantem em muitos casos a vida das mulheres. Este cenário vem
contribuindo para um aumento dos casos de violência contra as mulheres.
Esta situação terrível é um reflexo da falta de investimento na Lei. Sabe-se
que a destinação efetiva de recursos é crucial para o combate à violência
contra as mulheres, ainda assim entre 2007 e 2011 apenas R$ 132 milhões foram
investidos nessa área. O próprio Governo Federal admite ser pouco e o pior é
que o valor vem caindo desde 2009, quando foram destinados R$ 48 milhões,
Segundo dados do CFEMEA, em 2010, caiu para R$ 17 milhões e de 2009 a 2011
sofreu uma redução de praticamente 50%. O pior é que o governo da primeira
mulher presidente do país, Dilma/PT que despertou a expectativas de amplas
camadas de mulheres que a elegeram ou que veem nela a possibilidade de uma vida
livre da violência, é o responsável pelos maiores cortes.
A cidade de Guarulhos não conta com casas abrigos com proteção
especializada nesses casos, conta apenas com 6 delegacias especiais de
atendimento a mulheres para uma cidade com 1 milhão e meio de habitantes, que
funcionam apenas em horário comercial e não abrem durante os finais de semana.
Quando a maioria dos casos de violência contra as mulheres acontecem durante os
finais de semana, ou durante a noite.
Após novembro de 2013 a cidade passou a ceder aluguel social no valor R$
450,00 à mulheres vitimas de violência doméstica. No entanto entendemos que
este valor é insuficiente para que as mulheres possam sair de seus lares e
viver independente de seus maridos. Para
se ter uma idéia um aluguel no bairro Jardim São João de uma casa com 1 ou 2
cômodos é em média R$ 600,00. Além disso é preciso destinar recursos a alimentação
e ao bem estar dessas mulheres.
Portanto nós do PSTU acreditamos que é necessário a aplicação imediata
de mais recursos para a Lei Maria da Penha em nossa cidade, também é preciso
que além de manter e aumentar o valor dos
aluguéis sociais, seja iniciada imediatamente a construção de casas abrigo na
cidade para atender as mulheres. Precisamos também ampliar o número de
delegacias especializadas e mantê-las abertas 24h e aos finais de semana.
Chega de Machismo!
Pela ampliação dos
recursos destinados a Lei Maria da Penha!
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